quinta-feira, 22 de agosto de 2013

APONTAMENTOS SOBRE O FOLCLORE







 O folclore brasileiro é cheio de riquezas porque se baseia nas diversas heranças culturais que adquirimos desde o período de nossa colonização. Em palavras de Luis da Câmara Cascudo, o Folclore e a Cultura Popular se entrelaçam quando o autor define que: “O folclore é a cultura do popular tornada normativa pela tradição”. Compreender esta Cultura popular é uma maneira de manter viva as raízes de nosso povo”.
Folclore e Cultura popular são os dois pilares responsáveis por ligar o passado, o presente e o futuro por meio de informações e comportamentos de valores culturais que nos diz quem somos e, possivelmente, assegura o desenvolvimento das sociedades mais rudimentares por meio da preservação dos seus saberes e fazeres.
 


Percebemos, assim, que a Cultura Popular (ou patrimônio imaterial da cultura) existente nas festas e no folclore, corre o risco de ser fragmentada, porque nem sempre o que é identificado ou escolhido como elemento constitutivo das tradições é recriado. Isso ocorre porque os moldes dessa reprodução são ditados pelas elites cultas, e esta nova roupagem é digerida e devolvida aos cidadãos transformando nossas manifestações culturais em produções empresariais, sobretudo quando estas estão ligadas às atividades turística.

A manutenção das diversas culturas ao longo do tempo permite uma reprodução coletivizada e uma maior compreensão a respeito dos povos e nações. As diferenças étnicas, culturais e sociais tornam-se menores diante da memória oral contida no domínio público existente no Folclore, nas Festas e na Cultura Popular. Entende aqui por Cultura popular a manifestação das classes subalternas, de caráter ingênuo e não dominante que aparece como a única maneira de diminuir as diferenças sociais e o preconceito que existe entre cultura erudita e popular.
Seu desaparecimento apaga uma parte da história de povos, por este motivo é que não devemos tratá-la como um elemento pitoresco, mas como um elemento que deve ser levado a sério, sem separações ou pré-conceitos, porque este é representado por meio da memória coletiva e representa a história de uma determinada sociedade.

Texto e fotos: Ana Carla Nunes (Historiadora, Turismológa e Pesquisadora de Festas Populares da Bahia)





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